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Reforma de imóveis alugados, sim ou não?

Nesses últimos meses muito se debateu na internet sobre a viabilidade em reformar imóveis alugados. Em uma primeira análise, normalmente as pessoas tendem a modificar o mínimo possível do imóvel tendo como argumento que não vale a pena investir para valorizar um bem que não é próprio, ou ainda não sabem quanto tempo vão usufruir daquela modificação, além de outras circunstâncias. Cada situação tem seus contextos próprios, mas ainda assim existem meios que podem auxiliar uma reforma viável e sem grandes prejuízos. 

Antes de qualquer decisão, é importante existir uma conversa ou algum acordo com o proprietário do imóvel, principalmente para entender até que ponto é possível realizar modificações. Se for considerado que a proposta valoriza o imóvel e poupa futuras despesas com manutenção e renovações, o valor de carência pode cobrir os gastos das intervenções completa ou parcialmente de acordo com o combinado. Lembrando que qualquer combinado entre as partes deve estar descrito em contrato, e mesmo que o proprietário não esteja disposto a arcar com os custos de uma reforma mais complexa, algumas intervenções necessárias devem estar previstas em contrato quando o locatário entregar o imóvel, como por exemplo, a pintura.

Existem soluções práticas que podem ser adotadas para transformar um ambiente sem a necessidade de grandes obras ou intervenções, um profissional de arquitetura consegue agregar todas essas particularidades e auxiliar na elaboração de um projeto de reforma mesmo que não haja nenhum “quebra quebra”. Iniciando por um estudo de fluxos e o entendimento das necessidades pessoais, passando por uma boa curadoria de materiais e mobiliários, o projeto vai priorizar soluções flexíveis, removíveis e que sejam facilmente desfeitas. Tudo para que se viva num ambiente que gere conforto e corresponda a identidade do usuário. Ressaltando ainda a importância da NBR 16.280, a norma brasileira que dita os requisitos e a gestão de reformas em edificações. O profissional é responsável pelo correto assessoramento técnico da obra (através da RRT – Registro de Responsabilidade Técnica) amparado pela norma a fim de “preservar a segurança das edificações, seus usuários e o entorno por ela impactados”, ou seja, não gerar nenhum problema estrutural e construtivo resguardando assim a integridade do imóvel.

Grandes projetos de marcenaria planejada e intervenções em áreas molhadas, como troca de bancadas ou revestimentos, não são recomendados para imóveis alugados, pois o custo e o tempo de execução são longos e altos. Entretanto, intervenções como renovação da pintura e iluminação geram grandes diferenças na percepção do ambiente e agrega personalidade ao local, por mais que necessitem de mão de obra qualificada e geram pequenos transtornos de obras.

O ambiente construído, seja residencial ou corporativo, tem grande influência no bem estar pessoal das pessoas, pois passamos boa parte do tempo de vida dentro dos edifícios e ambientes fechados. Existem diversos estudos que mostram como o cérebro é influenciado pelo contato entre a arquitetura e o meio ambiente para o bem-estar humano. Portanto, a longo prazo, os ambientes que podemos chamar de empobrecidos possuem efeitos que comprometem a qualidade de vida, por outro lado, ambientes entendidos como enriquecidos estimulam tanto a criatividade quanto a saúde mental. Dessa forma dar atenção ao imóvel presente no dia dia é algo possível e recomendável, sempre visando o compromisso com os acordos e contratos assinados entre locador e locatário.

Por Tainá Marré – Gerente de Projetos e sócia da OGA Arquitetura

Foto: Freepik

Link:
https://www.diariodocondominio.com.br/materias,848,reforma-imoveis-alugados-sim-
ou-nao.html

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